sexta-feira, 16 de julho de 2010

9 DEAD GUYS


1-O filme é focado na relação de amizade entre dois amigos de infância. Um deles vai visitá-lo depois de muito tempo sem se verem, e descobre que o amigo, além de estar envolvido num assassinato de um rico e poderoso homossexual, faz sexo oral em homens ricos, mas não se considera gay, já que faz isso apenas para ganhar dinheiro. Discutimos a questão dos homens que se prostituem, sendo que alguns deles realmente não se consideram gays. Onde mora a definição do que é ser gay neste caso? Um homem que não se interessa por outros homens na vida socialmente aberta, não vê nada de errado ao se prostituir com homens. Isso pode acontecer, essa dissociação das duas coisas?

Em se tratando de seres humanos tudo pode acontecer. Nós temos uma pluralidade de possibilidades que espanta qualquer um. Vamos pensar numa coisa:

Vocês se imaginariam no inicio da adolescência sendo colocados num acampamento de férias só com outros meninos, onde a regra básica do acampamento seria se descubram sexualmente! Detalhe no fim do acampamento, a os pais de todos se reuniriam, se masturbariam e ejaculariam em uma grande cumbuca. Para receber o diploma de conclusão do acampamento vocês deveriam tomar uma colher de esperma dos pais de todos.

Meio difícil de imaginar.... mas isso acontece numa tribo indigena numa ilha do pacifico.

O que eu quero mostrar com o exemplo é que as vivencias que muitas vezes a gente acha fora do comum, so o são para nós, pela falta de familiaridade com os processos.o mesmo se pode falar de praias de nudismo.

A dissociação de que a pergunta fala é perfeitamente cabível.só nos parece estranho porque fomos ensinados a fazer as coisas todas conectadas. Sexo tem que ter amor . é outra grande mentira que a gente ouve desde pequeno e nem por isso as pessoas deixam de fazer sexo só por sexo e gozam doidamente. Enfim, para o rapaz do filme, se prostituir com homens deve ser tão tranqüilo quanto os trabalhadores da limpeza da cidade que se acostumam a trabalhar nos caminhões de coleta!!!

A outra parte da pergunta é onde esta a definição de gay, bem, a primeira coisa que eu pergunto é, fora para fins didáticos uma definição serve para que mesmo? Para rotular e limitar a atuação do ser humano? Odeio definições quando se fala de vivencias. Cada um vivencia como pode e nem por isso se dizer gay ou não muda a realidade.

A Organização mundial de saúde se pegou há uns anos atrás com problemas quanto a essas questões de definição. Na hora da aplicação dos questionários os pesquisadores encontravam vários dados divergentes dos dados de contaminação por HIV por que pessoas diversas não respondiam afirmativamente a pergunta sobre ser homossexual, mas praticavam sexo homossexual, daí criarem o conceito de homens que fazem sexo com homens.

Rotulo é nome, é conceito, é categoria que visa definir algo que as vezes não é enquadravel nem definível.



2- O rapaz que vem de fora para visitar o amigo, por causa de diversas situações bizarras que o filme mostra eles dois passando, acaba se descobrindo gay. O personagem deve ter entre 25 e 30 anos de idade. Sabemos que não há idade ideal ou mais indicada pra esse tipo de descoberta, e conversamos um pouco também sobre os motivos que levam uma pessoa a passar tanto tempo negando isso pra si mesma. Só que, no filme, a transição é muito tranquila para o personagem. Como é que se processa isso na mente de uma pessoa, esse conflito? O que isso pode causar de ruim, caso não seja um processo tranquilo?

Eu não sei se ele passou um tempo negando. Queria que a gente pudesse pensar o ser humano como um VIR A SER e não alguém com um destino determinado e imutável. Quem disse que o rapaz não era hetero e satisfeito ate o momento que teve uma experiência homo? O grande problema nesse caso é ate lingüístico. Fica parecendo, quando alguém se descobre gay, que a homossexualidade sempre esteve ali, o que nem sempre é verdade. A vivencia pode ser diferenciada nos diversos momentos da vida do individuo. Há sim , casos em que a pessoa sempre teve desejos e negou a si mesma por questões de ordem social ou cultural, mas nem todos os casos se encaixam nesse esquema.

Quanto ao sofrimento ele é bem relativo.o nível de conflito pode levar a pessoa a diversos graus de sofrimento. Desde uma leve pressão a um desejo de suicídio por sentimentos de inadequação.mas temos que respeitar os processos. Por exemplo, já vi casos de pessoas que tinham muito mais saúde porque negavam a sexualidade do que se estivessem vivenciando. São pessoas que não tem uma estrutura de si mesmo consistente. Que vivem numa esfera de desejabilidade social alta e para quem, sair do armário seria muito mais doloroso do que viver uma vida dupla. Num trabalho terapêutico a pessoa vai se conhecendo aos poucos e mais aos poucos ainda se permitindo, no seu tempo e a sua vontade. Tem gente que prefere não sair disso nunca.

Não existe certo e errado sem um referencial. Nunca se esqueçam disso e nunca se esqueçam de respeitar as diferenças individuais de gosto, de desejo e de processo.

3- O filme toca também na questão dos estereótipos, e de como isso distorce a forma com que julgamos as pessoas antes de as conhecermos mais de perto. Temos o judeu ortodoxo e mão-de-vaca, temos a gorda lésbica, os negros bem-dotados, etc. Discutimos o fato de que, quando conhecemos uma pessoa nova, o quanto de expectativa colocamos por já idealizar várias coisas, e o quanto disso pode provir desse pré-julgamento por estereótipos ou por tentar categorizar as pessoas sem conhece-las direito. O que poderia ser mais explorado sobre isso?

Primeiro ponto é que também com relação aos estereótipos não devemos ter pré- conceito. O estereotipo é bom, é adaptativo e não estaríamos vivos enquanto espécie se não tivéssemos aprendido a usar o estereótipo. Ele nos é útil para sobrevivência quando nos permite por generalizações evitar situações de risco. Mas, como toda generalização o estereótipo é defeituoso pois não vai se encaixar em todos os casos, daí os erros que se comentem dia após dia e que no final determina uma vida cheia de erros, equívocos e sofrimento. O que eu acrescentaria é que não sofre só o destinatário do estereótipo. Quem emite o juízo de valor sofre também, pois vai ter uma vida ridiculamente restringida de novos contatos e novas possibilidades de socialização. Uma pena, mas é um erro cometido por quase todos

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os Sonhadores

1- O filme "Os Sonhadores" se passa na França dos anos 60, e através do olhar de um personagem norte-americano, evidencia-se o quanto os europeus estão anos-luz à frente no que diz respeito a naturalidade ao lidar com a nudez, com o próprio corpo e o do outro, e com a sexualidade. O casal de irmãos gêmeos apresentado no filme tem uma intimidade perturbadora. Durante a discussão sobre o filme falamos sobre a questão do incesto, as relações sexuais entre parentes consanguíneos. No filme, apesar de toda a intimidade e das intensas brincadeiras sexuais desses irmãos, eles não chegam às vias de fato, porém, há a sugestão de que ela é obcecada pelo irmão. O que podemos falar sobre o incesto, e como isso pode ser influenciado pela questão cultural?

Biologicamente o incesto traz os problemas relacionados a maior possibilidade de doenças recessivas dado o cruzamento entre parentes próximos elevarem a probabilidade da junção de gens recessivos.

Socialmente existe todo um preceito que evita esse tipo de relação embora o mesmo já tenha sido admitido nas monarquias européias como forma de garantir reinados e patrimônios. Na legislação brasileira nunca chegou a ser crime, embora socialmente rejeitado e considerado como uma abominação.

Na religião , embora poucos tenham a coragem de se expor a esse ponto, temos muitos exemplos de incesto a começar com a própria eva e seus filhos e adão com suas filhas e irmãos entre si.se não fosse o incesto não haveria como se multiplicar a raça humana a apartir do casal bíblico.

Psicologicamente foi muito estudado por Freud em totem e tabu, quando ele traz a questão do tabu universal , o complexo de Édipo, etc.

No fim das contas é uma questão pratica. Aprendemos na cultura que é errado e construímos nosssas relações com os parentes próximas de maneira pouco sexualizada. Quando sexualizada surgem as mil questões sobre certo , errado e limites, mas como consideramos sempre cada caso de forma isolada, a manutenção ou não de relações desse tipo deve ser sempre norteada pela noção de sofrimento psíquico.



2- A certa altura do filme, a personagem feminina perde a virgindade com o personagem americano. Ele se surpreende por ela ainda ser virgem, pelo fato dela, assim como o irmão, ser tão liberal nas brincadeiras íntimas. Em alguns momentos, o irmão observa os dois, mas nunca participa. Numa cena, entretanto, os três dormem juntos, nus, dando a impressão de que haviam feito sexo a 3. Discutimos muito a questão do sexo grupal, e sobre como nem todos ficam a vontade com essa idéia, mesmo que para alguns seja algo tão natural e até uma preferência. Por que para certas pessoas isso ainda é tão complicado?

A idéia do sexo é construída socialmente como uma coisa muito intima e reservada. Desde pequenas as crianças são estimuladas a se resguardarem, terem pudores, esconderem as genitálias, etc. durante o crescimento se aprende socialmente, pela cultura dominante que sexo é uma coisa muito intima, que é inclusive algo ligado ao amor impreterivelmente e por isso so deve ser feito com um parceiro , ao qual se deve amar e se doar.

Na verdade o sexo é algo intimo sim, afina, liberamos nosso corpo para o outro e vice versa. Deve sempre haver consentimento entre as partes e de preferência que ambos obtenham prazer da relação.

Outro grande empecilho para as liberdades sexuais são as questões religiosas. Muitas religiões ainda pregam que sexo é algo para ser feito depois do casamento e mesmo assim apenas com fins procriativos. Algumas visões biologicictas ortodoxas consideram o sexo como algo unicamente ligado a presenrvação da espécie o que nos leva a concepção que o sexo por prazer, ou o sexo homossexual ,. Por exemplo, não são válidos.

Felizmente, com a evolução de nosso córtex cerebral podemos ter juízo critico e escolher dentre as varias opções de prazer aquela que mais nos completa.

O sexo grupal envolve fantasias, prazeres múltiplos e quem se permite experimentar pode ou não gostar da experiência. O mais importante é o respeito a diversidade. Aos que gostam, viva a dinâmica grupal sexual, aos que não gotam, viva ao prazer a dois.

3- Falamos um pouco, durante a discussão, do estranhamento mútuo e por motivos opostos, entre o personagem americano e os gêmeos franceses, pela naturalidade exacerbada com que os irmãos lidam com a nudez e com o sexo, e o forte recato inicial do americano, que se esconde em cantos para trocar de roupa e se envergonha de ficar até mesmo de cueca na frente deles. O que podemos falar mais a respeito dessa gritante diferença na forma de encarar isso, seja pelo choque cultural, seja pela questão religiosa, ou por algum outro viés?

Considero o casal de irmãos um tanto atípicos para qualquer cultura. Eles vivem numa subcultura especifica das relações familiares por eles vivenciadadas.

No fim das contas , pouco importa se as pessoas são mais ou menos recatadas, se mais ou menos liberadas sexualmente, etc. se dentro de um contexto elas se encontram e são felizes é o que importa. De resto cabe ter senso critico e respeitar as diferenças, sejam elas de que ordem forem.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

DIREITO DE AMAR

Na segunda semana de Psico-sex-cine, contamos com mais publico e com ótimas participações e perguntas. estamos aquecendo, vamos continuar assim, e logo teremos casa lotada de novo! abraços a todos que vieram e aos que não puderam vir ainda um novo convite: SEMANA QUE VEM TEM MAIS!!!!!

1- Mais uma vez temos um suicida como protagonista. George é homossexual, professor de literatura inglesa, e que perdeu Jim, o amor de sua vida por 16 anos, num acidente de carro. Desde esse acidente, sua vida perde completamente o sentido e ele passa a viver de maneira mecânica, sem motivação. A certa altura, ele resolve se matar, compra munição para uma antiga pistola, e numa certa noite arruma todos os documentos, seguros, dinheiro, tudo numa mesa, com bilhetes e até mesmo a roupa com que quer ser enterrado, com instruções até mesmo para o nó da gravata. Quando ele vai, de fato, colocar em prática sua vontade, ele vai encontrando várias dificuldades para fazê-lo, desde a forma com que se posiciona na cama, a posição do travesseiro, ou dentro da banheira com a cortina fechada, a posição em que segura a arma, enfim, tudo é uma dificuldade. Falamos muito na discussão sobre os motivos que o levaram a querer cometer suicídio, e levantamos a questão da perda do referencial quando o namorado morre e como isso esvaziou sua vida a ponto dele querer acabar com ela.

As pessoas tem uma visão muito limitada e fantasiosa das relações amorosas. Amar é lindo, é uma fonte de nutrição subjetiva, mas como tudo na vida em excesso, não presta. A idéia é que as pessoas possam construir suas vidas em torno de vários tipos de relações importantes: com a família de origem, com os amigos, com o trabalho, com o parceiro amoroso e consigo mesma. Quanto mais o sentimento estiver nutrido por estas fontes, mais difícil fica desse esvaziamento que foi cogitado na pergunta acontecer. No filme, como em muitos casos na vida real o que acontece é que as pessoas se esquecem de ter uma vida própria e vivem em função do outro, em nome desse amor perfeito que junta almas gêmeas e blá, blá blá. O que acontece com isso é que quando esse objeto de amor se perde seja por morte, ou por separação, a pessoa se sente oca, sem função, sem sentido para viver, e o pior, sem ter em que se segurar para ter apoio no período de luto e poder se reerguer. Nesse momento surgem os pensamentos suicidas, as tentativas e as vezes o sucesso em fugir da vida e do sentimento de vazio.

Vamos amar intensamente, ferozmente, mas vamos nos amar antes de poder dizer ao mundo que somos capazes de amar os outros.

2- O filme se passa na Los Angeles dos anos 60, e vemos como é complicado para o protagonista, como gay, lidar com certas situações aparentemente simples, do cotidiano. Seus vizinhos da casa ao lado, são uma família aparentemente perfeita, um jovem e lindo casal com dois filhos pequenos, jardim impecável, todos muito bem vestidos etc. Por inúmeras vezes, George se vê observando muito a rotina dessa família, com muito interesse. E a família, por sua vez, tb se mostra muito curiosa a respeito da vida dele, por ser solteiro numa casa grande daquela, e a filha do casal deixa escapar para ele que o pai fica dizendo que ele é um "afeminado de mocassins". Contudo, a mãe dela o convida para uma noite de drinks na casa dela, o que ele prontamente recusa. Falamos sobre essa coisa da curiosidade que muitas pessoas tem sobre a vida dos gays, e que quando tem oportunidade nos bombardeiam de perguntas. Levantamos a questão de que muitas pessoas ditas "normais" apenas aceitam a proximidade de gays quando não os veem como seres sexualizados. Isso procede?

Eu discordo. Os hetero normalmente não gostam dos gays por simples ignorância, por uma socialização equivocada, cheia de preconceitos e estigmas, mas quando a maturidade e o juízo critico permitem uma aproximação, eles( os hetero) terminam tendo muitas curiosidades sobre o mundo gay e os mitos que eles sempre ouviram: fazer sexo anal dói? Quem come é a o homem e quem dá é a mulher do casal? Como é que você se descobriu gay? Já teve relações com pessoas do sexo oposto?

Então, discordo que as aproximações sejam feitas quando o gay é visto como assexuado. A sexualidade sempre esta lá, nos ditos, nos não ditos, nas reações corpóreas, na distancia nos contatos, na permissividade de deixar os filhos mais novos conversarem ou terem contato com um gay, etc. até mesmo porque, não é fácil não ver a letra escarlate cor de rosa chiclete brilhando na aura de um gay e simplesmente fingir que aquela pessoa na sua frente é assexuado e não considerar a expressão da sexualidade existente. Quando o preconceito existe,ele se apresenta de alguma forma!

3- A personagem Charlotte, interpretada por Juliane Moore, é uma velha amiga de George, desde a juventude dos dois. Enquanto ele mantinha seu relacionamento com Jim por 16 anos, ela teve um casamento de 9 anos em que o marido dela a abandonou no final das contas. Charlotte sempre foi apaixonada por George, e numa certa noite, na exata noite em que George tenta cumprir o ritual do suicídio, ela o chama para jantar, com claras insinuações de que queria que a noite fosse mais longe do que um encontro de velhos amigos. Num momento da noite, ela transparece que sempre achou que Jim era apenas um substituto para um amor convencional, que ele ainda não havia encontrado. Conversamos muito sobre esse fato de algumas mulheres que adoram ficar com gays, que se apaixonam por caras gays com uma certa recorrência. É negação, auto-afirmação, preconceito?

Não sei se vocês já receberam um e-mail falando dos tipos de homens mais desejados pelas mulheres. Nesse e-mail fazem uma brincadeira de que o homem ideal, por ser sensível, carinhoso, cuidadoso, bonito, sexy, com corpo bonito, saudável com certeza é gay!

Acredito que grande parte do desejo que as mulheres sentem por alguns gays é justamente um desejo por relações mais íntimas em termos de sentimento, de diálogo, de abertura. O homem- macho da espécie humana foi ensinado a deixar estas características de lado e desenvolverem outras habilidades.

Claro que para outras, menos esclarecidas se torna uma questão quase darwiniana de salvar a espécie da extinção, ou seja, é um imperativo que os gays sejam convertidos em hetero!! Outras ainda querem um troféu, é a auto-afirmação mesmo, é chegar para as amigas e dizer: ele disse que não pega mulher, mas mulher de verdade ele pega: EU!

Enfim, muitos são os fatores que levam uma mulher a se prestar a esse papel. Infelizmente e o pior dos papeis desempenhados por elas nessas horas é efetivamente não perceber que o sujeito é gay e se apaixonarem por ele. Ai a dor é grande, o sentimento de rejeição também é muito forte.

sábado, 5 de junho de 2010

CONVERSANDO SOBRE SHORTBUS

DDO PRIMEIRO ENCONTRO FIO UM SUCESSO, AI VÃO AS PERGUNTAS E AS RESPOSTAS SOBRE OS COMENTARIOS DO FILME.

1- Sophia não conseguia chegar ao orgasmo, nem se masturbando. Num papo com a personagem Severin, ela diz que provavelmente isso vem do fato de que a família dela é muito tradicional, uma "tradicional família sino-canadense", e que o pai sempre a observava muito. Ela não entra em detalhes, mas durante a discussão, levantamos a hipótese de que, provavelmente, essa dificuldade se deve ao fato dessa presença paterna muito constante, e que isso pode té-la deixado, de certa forma, sempre pouco a vontade com a sexualidade.

Nossa sociedade é muito castradora em termos de sexualidade, seja para mulher ou para o homem, mas para elas a coisa é mais complicada. Existem os tabus da virgindade e da pureza, no fim das contas se masturbar e conhecer o próprio corpo fica muito mais difícil, o que acarreta em maiores dificuldades em alcançar o orgasmo para muitas delas. Se alem do peso da sociedade a família ainda é mais castradora do que o normal isso também pode ser um fator para dificultar que ela chegue ao orgasmo. A mulher precisa se sentir protegida, acarinhada,amada , para poder se entregar e perder as amarras anti-orgásticas que ficam agarradas nelas.

2- O personagem James sofre de depressão, toma remédios diariamente. Durante o filme descobrimos que ele nunca se deixou ser penetrado, e ele mesmo faz uma analogia com a forma com que lida com os sentimentos das pessoas para com ele. Ele não deixa esse sentimento "entrar" nele. Pensamos nesses caras gays que tem uma forte repulsa por ser penetrado. O que você poderia dizer sobre isso?

A penetração anal , assim como o orgasmo feminino passa por vários crivos sócio culturais. Pensem só. A igreja recrimina e diz que é uma aberração. Já foi considerado um comportamento patológico pela medicina alem de ser socialmente execrável. Juntem tudo isso a um simbolismo de que, quem é sempre penetrado é a mulher e logo, um homem que se deixa ser penetrado é associado a imagem feminina e logo, perde o poder simbólico da masculinidade. Essas são algumas das dificuldades mais gerais do sexo anal masculino. Num ambiente psicológico como esse o fisiológico trava e alem de muita boa vontade e KY ainda se tem que ter muita paciência para o cara não surtar. O que a maioria não sabe é que o sexo anal masculino potencializa o orgasmo em algumas várias vezes. A penetração anal pelo pênis ou outro objeto apropriado( vamos deixar os pepinos e as garrafas pet de fora) a próstata é massageada e isso leva a uma amplificação do prazer peniano e um prazer especifico dessa massagem por ser a próstata um ponto erógeno. Ai eu pergunto...se como a galera da religião prega por ai, deus não queria sexo anal, pra que colocar terminações nervosas tão úteis e gostosas por La? Vamos repensar esses dogmas sem fundamento nenhum.

3- James e Jamie estão passando por um momento delicado da relação, por causa da escalada da depressão de James. James, por sua vez, está pensando em suicídio. Então, eles dois pensam em abrir a relação, e o fazem com o personagem Seth. Porém, Jamie fica inseguro, pois James fica muito satisfeito com a entrada de Seth. Só que, na verdade, James quer que Jamie não fique sozinho quando ele se matar. Discutimos também sobre a dificuldade que muitos casais, gays e héteros, encontram pra abrir a relação, dos riscos que isso envolve e dos fatores culturais que influenciam nessa dificuldade.

Pensem na lógica de nosso mundo acidental capitalista. As pessoas tem sede de coisas, de acumulação de capital, etc. nesse contexto os casamentos monogâmicos dão uma segurança ao homem de que todo seu suor e transmutado em patrimônio vai para Mao de um herdeiro geneticamente legitimo dele.o Problema: pensando dessa forma os seres humanos se vêem travando relações de subjetividade para objeto e não entre subjetividades. O outro passa a ser meu para controlar e não posso aceitar que esse outro se permita entrar em contato com terceiros com medo de perder a posse. As pessoas se sentem donas do corpo e do gozo das outras e nisso se amarram Tb porque a lógica não é unilateral e um dia se vêem também perdendo seu corpo e seu gozo em nome de uma regra pouquíssimo funcional chamada monogamia.

Mas enfim, uma vez que vivemos enterrados ate a cabeça nessa loucura toda, ou aceitamos e dançamos a musica capitalista ou aos poucos vamos ressignificando nossas relações dentro de nossas possibilidades. É importante não dar um passo maior que a perna e nem tão pouco ir mais rápido do que o parceiro pode agüentar. Na duvida, tentem fazer isso com ajuda de um terapeuta de casal.



segunda-feira, 31 de maio de 2010

De volta!!!

Amanha, dia 1º de junho de 2010, as atividades do psico-sex-cine estarão de volta e com algumas surpresas. Nova direção, nova seleção de filmes e novas possibilidades de integração e interação.
Se ligue!!!
Duvidas : vidaemato@gmail.com.

ate amanha!!!